lunes, 3 de marzo de 2008

La fibra sensible

La canción que debería estrenar en colorines este regreso no lo hace. Puede ser que esté sirviendo de B.S.O. a la lectura de un bonito artículo que tenía en mi Inbox y que hoy suscribo hasta el mosqueo. Es domingo, domingo hormonado.



Dejo en su portugués original parte del aquel texto: ELOGIO AO AMOR, de Miguel Esteves Cardoso. Se entiende bien y es más bonito. Os animo a que busquéis el resto. Para ilustrarlo, una escultura que descubrí en la exposición de Modigliani que se exhibe ahora en el Thyssen: El beso, de Brancusi, que no puede ser más tierno...

"Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar.

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Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também".

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